
Se eu pudesse encolher meu corpo
não ser mais matéria
Ser apenas lembrança boa
de amigo morto
Estaria vivo e talvez
existiria
Também gosto da carne
Não tenho como cortá-la
não sou um velho que perdeu os dentes
Ainda sou jovem
minha carne é mais fraca que outras
não cedem suas fibras a minha escassez.
Sigo faminto.
Tento me devorar.
O que eu tenho é suficiente.
Para seguir faminto.
Do alto, os urubus invejam
Planando em círculos
A carne que apodrecerá
Eu passo ileso aos seus olhos ávidos
Com minha carcaça ambulante.
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