
Ela o encontrou na rua, e ele também. Na rua só existiam carros que passavam entre janelas intercaladas em amarelo e azul. E isso foi num bar. Bem ao lado dos carros e abaixo das luzes. A cerveja gelada. Como sempre interessante o papo. Tão engraçado pra se rir tão pouco. E as palavras escolhidas com cuidado em meio a rua.
Mas agora não havia muito o que dizer. Era tanto esmero que as palavras se recolhiam. Tinham medo de adentrar a rua. De se largarem nas cadeiras do bar onde ele e ela se sentavam. Aos poucos ia uma. Outra voltava. Algumas se perdiam em meio as buzinas Outras miravam as luzes pálidas dos apartamentos da frente. Mas ele a encontrou na rua, e ela também. No bar que dividia a rua e as janelas. Que unia palavras saltitantes sobre a mesa. Entre buzinas, janelas, garrafas e copos. A cerveja como um conta gotas de olhares sorvidos. Antes do mergulho. De palavras que se projetavam atônitas sem saber se cairiam. Entre cadeiras amarelas ou o meio fio. Mas ele a encontrou na rua, e ela também. Foi quando deram-se as mãos. E as palavras saltaram. livres. Em meio á rua.
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